Introdução

Se você já olhou para o céu e se encantou com o voo de um passarinho, ou mergulhou os olhos no fundo de um aquário hipnotizado pelos diferentes tipos de peixes coloridos, talvez nem imagine que esses seres tão diferentes pertencem à mesma grande família: os cordados. Sim, do ratinho ao elefante, do sapo à baleia, todos eles compartilham um elo ancestral que costura suas histórias: o filo Chordata.

Afinal, Quem são os Cordados?

Os cordados (ou Chordata, no bom e velho latim científico) são um grupo de animais que, apesar de parecerem bem distintos à primeira vista, compartilham um conjunto de características marcantes. Mas atenção: essas marcas nem sempre ficam visíveis na fase adulta. Às vezes, elas estão lá apenas durante a infância do bicho (como uma tatuagem que some com o tempo, mas deixa sua marca gravada no DNA).

Os cordados apresentam 4 características muito marcantes:

• Notocorda: Pense numa vara flexível que corre pelas costas do animal. Essa estrutura, que aparece em algum momento da vida, é o embrião da coluna vertebral nos vertebrados. Em alguns bichos, ela permanece até o fim da vida; em outros, vira a base para ossos e vértebras.

• Tubo neural dorsal: Um verdadeiro “fio condutor” de informações, esse tubo nervoso corre pelas costas do animal, protegendo o sistema nervoso central (que vai dar origem ao cérebro e à medula espinhal). Nos cordados, esse tubo sempre fica nas costas, o que é diferente da maioria dos outros animais.

• Fendas faringianas: No início da vida, todos os cordados têm ranhuras na faringe, a região da garganta. Em peixes, elas viram brânquias. Em mamíferos, como nós, acabam sumindo, mas deixam rastros importantes na formação do pescoço e do ouvido.

• Cauda pós-anal: É isso mesmo – a cauda dos cordados vai além do ânus. Parece estranho, mas é um traço fundamental desse grupo. Ela pode desaparecer com o tempo (como acontece com os humanos), mas está sempre lá no comecinho da vida.

Quem Faz Parte do Grupo dos Cordados?

Quando falamos de cordados, muita gente pensa logo em animais grandes e com coluna vertebral. E não está errado! Mas o filo Chordata vai além dos vertebrados. Na verdade, ele é dividido em três subfilos: 

• Urochordata (ou Tunicados): São os “cordados camuflados”. Vivem no mar e têm um corpo mole e gelatinoso. A notocorda aparece só na fase larval. Parece estranho, mas são nossos primos.

• Cephalochordata (ou Anfioxos): Pequenos e discretos, esses bichinhos também vivem no mar. Têm corpo fino como uma folha e mantêm todas as características dos cordados na fase adulta. São como um retrato vivo de nossos ancestrais.

• Vertebrata (ou Craniata): A estrela principal! Esse grupo inclui peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Todos eles possuem crânio, e a notocorda é geralmente substituída por uma coluna vertebral.

Por Que os Cordados Dominaram o Mundo? 

A Evolução foi tão querida conosco, cordados, que nos deu alguns “trunfos” que foram fundamentais para o nosso sucesso evolutivo: 

1. Esqueleto Interno – Enquanto insetos têm exoesqueleto rígido, os cordados têm ossos e cartilagens que crescem junto com o corpo, permitindo tamanhos maiores e movimentos mais ágeis; 
2. Cérebro Desenvolvido – O tubo nervoso dorsal evoluiu para cérebros complexos, permitindo memória, aprendizado e até cultura em algumas espécies (sim, a cultura não é algo exclusivo nosso; golfinhos e baleias, por exemplo, têm culturas e tradições únicas de cada grupo que são transmitidas por gerações);
3. Sistema Muscular Avançado – A combinação de músculos segmentados e coluna vertebral permitiu desde o nado veloz dos tubarões, o voo das águias, até os saltos surpreendentes dos atletas olímpicos.