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Subfilo Craniata: Vertebrados - Características Gerais

Por: Isabela T. M. (Bióloga e Professora de Biologia)

Última atualização em 15/05/2025

Introdução

Com cérebros protegidos, colunas articuladas e estratégias que mudaram o jogo da sobrevivência, os craniados (vertebrados) dominaram os mares, as florestas, os céus e até desertos. Mas… quem são esses tais Craniados que merecem tanto destaque?

 

Quem São os Craniados?

Os craniados, também chamados de Craniata (ou Vertebrata, em muitos contextos), são um subfilo do Filo Chordata, aquele mesmo dos cordados. Eles são os animais que possuem um crânio; isso mesmo, uma estrutura rígida e resistente que envolve e protege o cérebro.

E cá entre nós, ter um cérebro protegido fez toda a diferença! Com essa novidade, esses seres começaram a explorar o mundo com mais precisão, criar respostas mais rápidas e adotar comportamentos mais complexos. O crânio foi como uma armadura para a inteligência, permitindo que a vida ganhasse novas formas, cores e movimentos.

 

Características Gerais dos Craniados

Aqui, vamos por partes (literalmente – rs):

  1. Crânio – O crânio pode ser feito de cartilagem ou osso, e envolve o encéfalo, protegendo o sistema nervoso central.
  2. Encéfalo Segmentado – O cérebro dos craniados é dividido em regiões especializadas: cérebro anterior, médio e posterior. Essa divisão permite uma coordenação sofisticada dos sentidos e dos movimentos.
  3. Notocorda e Coluna Vertebral – Nos estágios iniciais, todos têm notocorda, uma estrutura flexível que dá sustentação ao corpo. Em muitos craniados, essa notocorda é substituída pela coluna vertebral – um verdadeiro eixo de mobilidade e proteção.
  4. Sistema Nervoso Complexo – Estamos falando de nervos que captam estímulos, olhos que enxergam com nitidez, ouvidos que detectam até vibrações mínimas. É uma sinfonia sensorial!
  5. Coração com Câmaras – Eles têm um sistema circulatório fechado e um coração que pode ter 2, 3 ou 4 câmaras, dependendo do grupo; uma engenharia que garante transporte eficiente de oxigênio e nutrientes principalmente para corpos enormes (como nos elefantes e nas baleias, por exemplo).
  6. Sistema Digestório Completo – Com órgãos como fígado e pâncreas, capazes de metabolizar alimentos de maneira refinada. Aqui, cada mordida é aproveitada ao máximo.
  7. Reprodução Sexuada – A maioria dos craniados tem reprodução sexuada com fecundação interna ou externa, dependendo do grupo. Ah, e muitos têm desenvolvimento embrionário protegido, o que garante maior sucesso na sobrevivência da prole.

 

Superclasses: Gnathostomata e Agnatha

Agora que já conhecemos o básico dos craniados, é hora de separar o subfilo Craniata em duas grandes superclasses: Agnatha (os sem mandíbula) e Gnathostomata (os que têm mandíbula). Duas histórias bem diferentes, mas que compartilham o mesmo ponto de partida.

 
1 – Agnatha – Agnatos

Os agnatos são como os tataravôs do grupo. São craniados bem antigos, que não possuem mandíbula, o que já limita bastante o tipo de alimentação e comportamento que podem ter.

Principais Representantes:

  • Lampreias

  • Mixinas (ou peixes-bruxa)

Características Marcantes:

  • Boca em forma de ventosa ou tubo;

  • Esqueleto cartilaginoso;

  • Corpo alongado, sem nadadeiras pares;

  • Respiração por fendas branquiais;

  • Alimentação muitas vezes parasita (como as lampreias, que grudam em outros peixes e sugam seu sangue);

  • Sem escamas ou com pele lisa.

São criaturas que parecem ter saído de um conto pré-histórico, mas que continuam firmes e fortes nos dias de hoje, vivendo nos fundos de rios e oceanos, escondidas como segredos antigos.

 
2 – Gnathostomata – Gnatostomados

A coisa muda completamente de figura com os gnatostomados. Aqui temos a mandíbula articulada – uma invenção evolutiva que revolucionou a forma como os animais se alimentam, caçam, se defendem e interagem com o ambiente.

Grupos que Fazem Parte:

  • Peixes cartilaginosos (como tubarões e arraias);

  • Peixes ósseos;

  • Anfíbios;

  • Répteis;

  • Aves;

  • Mamíferos.

Características comuns:

  • Presença de mandíbula funcional;

  • Membros pares (nadadeiras ou patas);

  • Maior complexidade cerebral;

  • Variedade de sistemas sensoriais;

  • Diversidade ecológica absurda (vivem em praticamente todos os ambientes da Terra).

A mandíbula foi como um “superpoder” evolutivo que abriu portas (ou melhor, bocas) para novas estratégias alimentares, novos habitats e novas possibilidades de adaptação.

 

Os craniados começaram discretos, como se fossem sussurros da vida nas águas antigas. Mas com o passar dos milênios, foram crescendo, se diversificando, conquistando espaço e deixando sua marca por todo canto. Hoje, eles são os peixes que cortam as ondas, os anfíbios que coaxam nas margens, os répteis que dominam os desertos, as aves que riscam os céus, e os mamíferos que navegam nos oceanos, habitam selvas, florestas e grandes cidades.

A evolução dos craniados mostra como um detalhe anatômico pode mudar tudo. O crânio foi mais do que um osso: foi o marco zero de uma nova forma de perceber, reagir e conquistar o ambiente. E a mandíbula? Bem, essa foi a faísca que acendeu a explosão da diversidade. Nós, humanos, somos craniados e tudo isso faz parte da nossa própria história biológica. Entender esse caminho é como abrir um espelho para o passado e enxergar os trilhos invisíveis que nos trouxeram até aqui (que, aliás, você pode acompanhar como foi esse processo de forma mais detalhada pelo nosso artigo “As Eras Geológicas da Terra: Quais são, Duração e Características“). 

 

Referências Bibliográficas 

UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.

AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. Editora Moderna, 4° edição. São Paulo, 2006.