Como é o Ciclo do Carbono?

Por: Isabela T. M. (Bióloga e Professora de Biologia) – Última atualização em 15/04/2025
Introdução
O carbono é um elemento químico que está presente na natureza, inclusive em todos os seres vivos. O carbono está em constante movimento no nosso planeta, passando pelo solo, pelo ar, pelos oceanos e por todos nós, seres vivos. Esse movimento do carbono pelo planeta é conhecido como Ciclo do Carbono. Mas como acontece isso? É o que veremos a seguir.
O Ciclo do Carbono: O Baile da Natureza que mantém a Vida
Para começarmos a entender como funciona o Ciclo do Carbono, vamos pegar como ponto de partida a o nosso ar. O dióxido de carbono (CO₂) flutua na atmosfera do planeta. Ao realizar a fotossíntese (processo de produção de energia), as plantas e algas capturam o dióxido de carbono (CO₂) disponível no nosso ar e o transformam em glicose (que seria, de maneira simples, o alimento das plantas; a sua fonte de energia). Esse processo de fotossíntese também serve de base para a cadeia alimentar, já que herbívoros consomem essas plantas e, por sua vez, são consumidos por carnívoros (confira nosso artigo “Ecossistemas e Níveis Tróficos: O que são?” para saber mais). Durante a respiração, tanto as plantas quanto os animais liberam CO₂ de volta ao ar, mantendo o ciclo em movimento. Mas e quando plantas e animais morrem? Aí, os decompositores entram em cena, uma vez que o processo de quebra de matéria durante a decomposição libera carbono no solo ou no ar. Em alguns casos, sob condições de pressão e tempo, esses restos viram carvão ou petróleo, tesouros extremamente essenciais para a forma de vida da humanidade atual.
E os oceanos? Como eles participam do Ciclo do Carbono? Bem, os mares são como um cofre gigante de carbono. Isso porque as algas captam grandes quantidades de carbono e são responsáveis pela produção de até 90% do oxigênio do nosso planeta (disponível no ar e nas águas também). Sim, o verdadeiro pulmão do nosso planeta está nos oceanos.
Assim, as algas absorvem CO₂ da atmosfera, e muitas criaturas marinhas o utilizam para formar as suas conchas e esqueletos. Quando os animais morrem, seus restos afundam e, ao longo de milhões de anos, viram rochas sedimentares. Mas se a gente perturba o equilíbrio, soltando carbono demais na queima de combustíveis, os oceanos ficam sobrecarregados. É aí que temos sérios problemas como a mudança do pH das águas dos oceanos, o que pode afetar e ameaçar a vida de diversas espécies de peixes e corais.
O Ciclo Lento e o Ciclo Rápido do Carbono: Qual a Diferença?
Existem duas formas de se acontecer o ciclo do carbono que dividimos pelo tempo como ciclo rápido e ciclo lento. No ciclo rápido, o carbono circula entre a atmosfera, seres vivos e solo em questão de anos. Este é, basicamente, o ciclo do carbono em si (explicado anteriormente): as plantas absorvem o CO₂ durante a sua fotossíntese e produzem glicose. Animais consomem essas plantas, e o carbono se move pela cadeia alimentar. Quando organismos morrem ou excretam resíduos, decompositores quebram essa matéria, liberando CO₂ de volta ao ambiente, completando o ciclo.
Já no ciclo lento do carbono, o carbono leva milhões de anos para se mover entre a atmosfera, oceanos e rochas. A chuva absorve o CO₂ do ar, formando o ácido carbônico, que corrói rochas e libera minerais. Esses minerais são transportados para os oceanos, onde organismos marinhos os utilizam para formar conchas de carbonato de cálcio. Com o tempo, essas conchas se acumulam, formando rochas calcárias, armazenando carbono por eras.
O Impacto Humano e as Alterações no Equilíbrio do Carbono
Pense em um relógio e no seu funcionamento: se uma peça trava, tudo desanda e ele para de funcionar. O mesmo pode acontecer se alterarmos o fluxo natural e a quantidade de carbono disponível no planeta. Isso porque o carbono regula o clima, alimenta as plantas, sustenta a cadeia alimentar e até guarda energia no subsolo; E o problema é que a gente está acelerando o ritmo natural desse ciclo, queimando florestas e combustíveis fósseis desenfreadamente. Conclusão? O planeta esquenta, o clima enlouquece, e a natureza fica fragilizada. Isso pode levar a resultados desastrosos no nosso planeta como extinções em massa de diversas espécies de seres vivos (incluindo a nossa própria).
Reduzir emissões de carbono, plantar árvores, conservar as florestas aquáticas (algas) e repensar nosso consumo são passos essenciais para retomar o ritmo natural do ciclo do carbono e evitar maiores problemas futuros para a biodiversidade. Afinal, o carbono não é vilão: ele faz parte de nós e é essencial para a nossa existência. A questão é deixar que esse ciclo siga no seu compasso natural, no seu ritmo natural, sempre respeitando os seus limites. Assim, poderemos usufruir mais do nosso Planeta por milhões e milhões de anos.


Referências Bibliográficas
UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.
AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. Editora Moderna, 4° edição. São Paulo, 2006.