Como é o Ciclo do Nitrogênio?

Por: Isabela T. M. (Bióloga e Professora de Biologia)
Última atualização em 05/05/2025
Introdução
O nitrogênio é um elemento essencial para a vida na Terra. Está no DNA das plantas e animais, nas proteínas que nos fortalecem e até no ar que respiramos. Mas você já parou para pensar como esse gás, que compõe cerca de 78% da nossa atmosfera, se transforma em algo que os seres vivos possam usar? A resposta está no ciclo do nitrogênio, um processo biogeoquímico natural fascinante que mantém o equilíbrio dos ecossistemas.
O que é o Ciclo do Nitrogênio?
O ciclo do nitrogênio é o movimento desse elemento entre a atmosfera, o solo, a água e os organismos vivos. Apesar de abundante no ar, o nitrogênio gasoso (N₂) não pode ser absorvido diretamente pela maioria dos seres vivos. Por isso, a natureza desenvolveu um sistema sofisticado para “quebrar” esse gás e convertê-lo em formas úteis, como amônia (NH₃), nitritos (NO₂⁻) e nitratos (NO₃⁻).
Como Acontece o Ciclo do Nitrogênio?
Para vocês entenderem melhor como funciona essa transformação do nitrogênio, vamos pegar como nosso ponto de partida o processo de fixação do nitrogênio. Esse processo de fixação do nitrogênio acontece quando as algumas bactérias especiais, como as rizóbios (que vivem em raízes de plantas leguminosas) e as nossas queridas cianobactérias (encontradas na água), convertem o N₂ (nitrogênio) em amônia (NH₃). Essas plantas leguminosas (como o feijão e a soja) têm uma parceria incrível com essas bactérias, que lhes fornecem nitrogênio em troca de açúcares (então ambos saem ganhando aqui, a planta e a bactéria).
Dito isso, temos a produção da amônia, certo? Bem, o problema é que a amônia em excesso se torna tóxica. Nesse momento entram em cena outras bactérias, como as Nitrosomonas, que convertem a amônia em nitritos (NO₂⁻, um composto ainda relativamente tóxico). Depois, temos as Nitrobacter entranto em ação, transformando esses nitritos em nitratos (NO₃⁻), que são super nutritivos para as plantinhas. Todo esse processo de transformação da amônia em nitritos e depois nitratos, nós chamamos de nitrificação, a segunda etapa do nosso ciclo.
Aí, é a vez das nossas plantinhas absorverem esses nitratos do solo e utilizá-los para fabricar as suas proteínas e DNA. Quando os animais herbívoros comem essas plantas, o nitrogênio passa para eles, virando parte do seu corpo como seus músculos e enzimas, por exemplo. Assim, quando os animais carnívoros se alimentam dos animais herbívoros, eles também recebem os nutrientes que eles absorveram em vida (conforme já estudamos melhor no nosso artigo “Ecossistemas, Níveis Tróficos, Cadeias e Teias Alimentares: O que são?“).
Mas o ciclo não para por aí. Quando plantas e animais morrem, ou quando eliminam suas excretas, o nitrogênio volta ao solo. É a decomposição, feita por bactérias e fungos, que devolvem esse nutriente ao ambiente em forma de amônia. E o ciclo segue, firme e forte. Em algumas situações, outras bactérias ainda realizam a chamada desnitrificação: elas pegam os nitratos do solo e os transformam de novo em gás nitrogênio, que volta para a atmosfera, fechando completamente o nosso ciclo do nitrogênio. É aquela velha história: na natureza tudo se recicla, tudo se renova.
Mas qual a Importância desse Ciclo?
Sem esse ciclo, meus amigos, a coisa ficaria feia! As plantas não teriam nutrientes para crescer, os herbívoros passariam fome, e os carnívoros… Bom, em resumo: todo ia mundo morrer. Além disso, o nitrogênio é peça-chave no DNA e nas proteínas (substâncias fundamentais para os seres vivos), ou seja, sem ele ninguém estaria aqui para contar essa história.
Ah! Um detalhe muito importante: Com a ação humana (como o uso excessivo de fertilizantes químicos, a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento) esse ciclo tem sido alterado. E quando ele se desregula, o solo empobrece, a água se contamina, o clima se desequilibra. É como se o fio invisível que liga tudo começasse a se romper. Por isso, entender e respeitar o ciclo do nitrogênio não é apenas papo de cientista: é questão de sobrevivência, de cuidado com a casa que todos nós habitamos.

Referências Bibliográficas
UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.
AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. Editora Moderna, 4° edição. São Paulo, 2006.