O Reino Plantae: Características Gerais

Por: Isabela T. M. (Bióloga e Professora de Biologia) – Última atualização em 15/04/2025
Introdução
O Reino Plantae é formado por seres vivos incríveis, que muitas vezes passam despercebidos no nosso dia a dia, mas que são absolutamente essenciais para o equilíbrio da vida no Planeta. Aqui estão reunidos todos os vegetais: desde as imensas árvores das florestas tropicais até os pequenos musgos que cobrem pedras e troncos com um manto verde.
Estamos falando de uma turma que um dom fascinante: transformar luz em vida. Esse dom é chamado de fotossíntese, processo em que as plantas capturam a luz do sol e a transformam em energia, alimentando não só a si mesmas, mas também toda a cadeia alimentar.
Características Gerais das Plantas
Conforme já falamos, todas as plantas são capazes de fazer fotossíntese (e se você quiser entender melhor como isso ela é capaz de fazer isso possível, conheça nosso artigo “Células Eucariontes: Estruturas e Funções“), basta ter sol, água e um pouco de gás carbônico (inclusive, as plantas têm um papel crucial quando falamos de “Ciclo do Carbono“). Além disso, outra característica presente nas plantas é a sua parede celulósica que é como se fosse uma armadura de celulose em suas células (veja mais em “Células Eucariontes: Estruturas e Funções“), estrutura esta que confere às plantas rigidez e sustentação.
As Plantas não andam e não se locomovem como outros seres vivos. Na verdade, elas têm raízes que as prendem fortemente ao solo ou à superfície em que se encontram. Isso nos leva a mais uma característica importante: as plantas são, até onde nós sabemos, incapazes de sentir dor, pois elas não têm receptores de dor que sejam capazes de captar esses estímulos e nem possuem um cérebro ou um sistema nervoso central que seja capaz de interpretá-los como estímulo de dor (até por esse motivo elas não precisam sair correndo por aí). Mas isso não significa dizem que as plantas não interagem com o seu meio. Pelo contrário, as plantas são organismos responsivos aos estímulos do meio ambiente: elas conseguem perceber sombra e luz, noite e dia, assim como de onde vem a luz (algo que influencia diretamente no seu crescimento). Elas também são capazes de reagir a estímulos relacionados à temperaturas e à predação. Sim, uma planta consegue perceber quando está sendo devorada, por mais que elas não sintam propriamente dor (como os animais sentem). Inclusive, muitas plantas desenvolveram mecanismos de proteção à predação (se você quiser saber mais sobre esses mecanismos, confira nosso artigo “Como as Plantas de Defendem?”), um grande presente da evolução.
E, por mais que não tenham cérebro, nem boca ou mãos, as plantas conseguem se comunicar entre si por meio das suas raízes, sinais elétricos e aminoácidos, por exemplo. Além disso, os vegetais nunca saem da “fase do crescimento”, elas continuam aumentando seu tamanho ao longo de toda a sua vida (claro, em um ritmo lento e tranquilo que pouco percebemos quando olhamos “a olho nu”).


Quem faz Parte desse Reino Verde?
As plantas que fazem parte do Reino Plantae são divididas de acordo com as seguintes classificações:
Briófitas: geralmente musgos — delicadas, gostam de lugares úmidos e frios.
Pteridófitas: como as samambaias — folhas exuberantes, presença marcante em jardins e matas.
Gimnospermas: como os pinheiros — sementes expostas, majestosas e resistentes.
Angiospermas: o grupo mais diverso — plantas que produzem flores e frutos.




Uai, mas e as Algas? Onde estão?
Por incrível que pareça as algas não fazem parte do Reino Plantae. Na verdade, elas estão classificadas na biologia como integrantes do Reino Protista, juntamente com os protozoários. Elas já foram classificadas como pertencentes ao Reino Plantae antigamente, mas por serem organismos mais simples e sem tecidos organizados, os cientistas decidiram que era melhor reagrupá-las no Reino Protista, onde estão lá até os dias de hoje.
Curiosidade: Plantas que Comem Bichos
Por mais que as plantas sejam organismos autotróficos, ou seja, produzem o seu próprio alimento; existem plantas carnívoras que se alimentam de animais para complementar a sua dieta. Esse é o exemplo da planta Papa-Mosca (Dionaea muscipula), e da planta Lançador (Sarracenia flava) que atraem pequenos animais (geralmente insetos) prendendo-os em seus sacos digestivos ou em seus tentáculos pegajosos, impossibilitando a sua fuga. Mas não se preocupem, pois, até onde a ciência já descobriu, não há nenhuma planta carnívora grande o suficiente para devorar um ser humano (não, você não vai perder no 7×1 para uma planta, pode ficar tranquilo).


As plantas não fazem barulho. Não gritam. Não se movem aos olhos nus. Mas são elas que mantêm o ar respirável, que refrescam o clima, que nos alimentam e até medicam por meio de suas propriedades fitoterápicas. São os verdadeiros filtros da Terra, um dos primeiros seres vivos a surgirem no Planeta e, esperamos todos, que sejam os últimos a partir. Até porque, se as plantas sumirem, todos os animais somem junto.
Referências Bibliográficas
MELO, Hyrandir C. Plantas: biologia sensorial, comunicação, memória e inteligência. Editora Appris, 2021.
UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.
AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. Editora Moderna, 4° edição. São Paulo, 2006.