Filo Arthropoda: Artrópodes - Características, Estruturas e Reprodução

Por: Isabela T. M. (Bióloga e Professora de Biologia)
Última atualização em 23/05/2025
Introdução
Se existe um grupo de seres vivos que domina a Terra com uma força extrema, invisível aos olhos distraídos, mas imbatível em números e diversidade, são os artrópodes. Sim, essas pequenas criaturas com esqueleto por fora e patas articuladas são os verdadeiros campeões da vida na Terra. Prepare-se para uma jornada pelo universo fascinante dos artrópodes: um mundo vibrante, cheio de cores, formas e estratégias que desafiam até a imaginação mais fértil.
O Surgimento dos Artrópodes e Sua Evolução
Tudo começou há mais de 500 milhões de anos, lá no longínquo período Cambriano. Os mares fervilhavam de vida, e foi ali, em meio a trilobitas e outras criaturas pré-históricas, que os primeiros artrópodes apareceram. Eles evoluíram a partir de ancestrais marinhos segmentados, provavelmente semelhantes aos anelídeos (os famosos “vermes de terra” – conheça-s aqui no nosso artigo “Filo Annelida: Anelídeos – Características, Estruturas e Reprodução.”).
Aos poucos, esses pioneiros começaram a diversificar, ocupando todos os cantos do planeta: da água ao ar, das cavernas aos desertos. Hoje, os artrópodes são os animais mais abundantes e variados da Terra, com mais de 1 milhão de espécies descritas (e olha que temos muitas outras ainda por descobrir).
Características Gerais dos Artrópodes
O nome “artrópode” vem do grego e significa “pés articulados”. Mas isso é só uma das muitas características interessantes que estes bichinhos apresentam, tais como:
Exoesqueleto de quitina: um “casaco de armadura” que protege o corpo e evita a perda de água (perfeito para quem vive em ambientes secos).
Corpo segmentado: como se fossem blocos de montar, com regiões chamadas tagmas (cabeça, tórax e abdome, por exemplo).
Apêndices articulados: pernas, antenas, pinças e asas que se movem com precisão cirúrgica.
Simetria bilateral: o lado esquerdo é um espelho do direito.
Sistema nervoso ventral e coração dorsal: o cérebro fica na frente e o “coração” nas costas (literalmente!)
Mudam de “roupa” para crescer: eles fazem a muda ou ecdise, trocando o exoesqueleto quando ele fica apertado (e isso é uma característica bem marcante do grupo, pois diferente de nós que nascemos com um esqueleto – interno – que nos acompanha no crescimento modificando-se para isso; o deles não cresce, por isso precisam trocar o exoesqueleto sempre quando aumentam de tamanho).
Reprodução e Ciclo de Vida
Aqui a coisa fica interessante, pois o amor entre artrópodes pode ser curioso, engraçado, violento, ou até fatal! Mas a maioria segue um roteiro bem eficiente que, em resumo, seria:
Fecundação: geralmente interna, embora alguns crustáceos façam fertilização externa na água.
Desenvolvimento: pode ser direto (o filhote já nasce parecido com o adulto) ou indireto (com metamorfose). A metamorfose é uma “revolução interna”, onde a larva se transforma completamente para virar um adulto – um verdadeiro milagre biológico!
Ovos ou vivíparos: muitos botam ovos, mas há exceções. Alguns escorpiões, por exemplo, dão à luz filhotes vivos (é, isso mesmo que você leu, eles ficam “gravidinhos”).
Principais Grupos de Artrópodes: Quem São Eles?
Os artrópodes são divididos em quatro grandes grupos:
Insetos: os mestres do ar e da terra. Três pares de pernas, asas (na maioria), e metamorfose impressionante. Exemplo: borboletas, formigas, besouros. – Veja mais em “Filo Arthropoda: Insetos – Anatomia, Fisiologia e Reprodução“
Aracnídeos: oito patas, sem antenas. Vivem em terra firme. Exemplo: aranhas, escorpiões, carrapatos.
Crustáceos: reis dos ambientes aquáticos (mas não só). Duas antenas e muitas patas. Exemplo: caranguejos, camarões, tatuzinhos-de-jardim.
Miriápodes: centopeias e lacraias, com dezenas de pernas e corpos alongados, geralmente terrestres e noturnos.
Aqui, cada um desses grupos é um mundo à parte e, justamente por isso, vamos aprofundar detalhadamente, desvendando tim-tim por tim-tim das particularidades fascinantes de cada grupo em artigos específicos para cada.
Artrópodes e o Ser Humano: Inimigos ou Aliados?
Aqui está a parte curiosa: os artrópodes são, ao mesmo tempo, heróis e vilões da nossa história. De um lado, eles polinizam nossas plantas, controlam pragas, reciclam matéria orgânica e até servem de alimento. De outro, podem ser transmissores de doenças, como o mosquito da dengue ou o carrapato-estrela, ou o danado do Barbeiro. Mesmo assim, não dá para negar: sem eles, nosso ecossistema desmoronaria como um castelo de cartas!
E é justamente por esse motivo que é tão importante estudarmos sobre os artrópodes; estudar os artrópodes é como abrir os olhos para um mundo secreto: cheio de estratégias geniais, adaptações incríveis e interações surpreendentes com o meio ambiente. Eles nos ensinam sobre evolução, equilíbrio ecológico e até sobre o futuro da biotecnologia.
Enfim, os artrópodes são pequenos apenas no tamanho. Em termos de diversidade, abundância e importância ecológica, eles são gigantes. São engenheiros da vida, artistas da adaptação e mestres da sobrevivência. Ao olhar para uma simples formiga ou um inseto pousado na janela, lembre-se: você está diante de um milagre evolutivo com milhões de anos de história.
Referências Bibliográficas
UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.
AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. Editora Moderna, 4° edição. São Paulo, 2006.