Subfilo Urochordata: Urocordados - Características Gerais

Por: Isabela T. M. (Bióloga e Professora de Biologia)
Última atualização em 07/05/2025
Introdução
Parecem saídos de um filme de ficção científica, mas estão bem aqui, nos oceanos! Os urocordados, também conhecidos como tunicados, são criaturas fascinantes que parecem simples à primeira vista, mas guardam mistérios incríveis sobre a evolução dos cordados – o grupo que inclui até nós, humanos!
Neste artigo, vamos desvendar o mundo desses organismos marinhos, desde sua anatomia peculiar até seu ciclo de vida quase “metamórfico”.
Quem são os Urocordados?
Os urocordados são animais marinhos que, na fase adulta, vivem grudados em rochas, corais ou até cascos de navios. Eles têm um corpo mole, protegido por uma túnica (daí o nome “tunicados”), uma camada resistente feita de celulose – sim, o mesmo material das plantas. Mas o mais surpreendente é que na fase larval, esses seres têm tudo o que define um cordado: notocorda, tubo neural dorsal, fendas faríngeas e cauda pós-anal (você pode conhecer melhor sobre os cordados clicando no nosso artigo “Filo Chordata: Cordados – Características Gerais“). Porém, ao se tornarem adultos, muitos perdem essas estruturas, virando verdadeiros “cordados disfarçados”.
Corpo Estranho, Mas Muito Eficiente: Anatomia e Fisiologia dos Urocordados
Sistema Digestório
A alimentação é feita por filtração. A água do mar entra pelo sifão inalante, passa pela faringe perfurada por fendas branquiais e segue até o estômago, onde as partículas nutritivas são digeridas. O que não serve vai para o intestino e sai pelo sifão exalante. Parece simples, mas esse processo é altamente eficiente: cada tunicado pode filtrar litros e litros de água por dia! Eles se alimentam principalmente de plâncton e matéria orgânica em suspensão, funcionando como os “aspiradores do oceano”.
Sistema Circulatório
Aqui vem um charme exótico: o coração dos urocordados bate em duas direções! Isso mesmo, ele bombeia o sangue por um tempo num sentido, depois para e inverte a direção do bombeamento. Um coração bipolar, literalmente. Não se sabe exatamente por que isso acontece, mas é uma das grandes curiosidades anatômicas desse grupo.
O sistema circulatório é aberto ou semifechado, e o sangue, pasme, não carrega pigmentos respiratórios, como a hemoglobina. Isso significa que o transporte de gases é bem limitado; mas tudo bem, já que a troca gasosa ocorre majoritariamente na faringe, pelas fendas branquiais.
Sistema Respiratório
Nada de pulmões ou brânquias elaboradas: Nos urocordados, o oxigênio entra junto com a água e é absorvido diretamente pelas fendas faríngeas, que são finas e altamente vascularizadas. Essa faringe superdesenvolvida faz o papel de “pau para toda obra”, atuando na alimentação e respiração ao mesmo tempo.
Sistema Nervoso
Aqui, o caso é de abandono cerebral. Pois é, durante a fase larval, o sistema nervoso dos urocordados é composto por um tubo neural dorsal, gânglios nervosos e até uma notocorda que serve como eixo de sustentação. Mas aí, vem a metamorfose… E, pasme: o animal simplesmente reabsorve o cérebro! É como se dissesse: “Não preciso mais disso, chega!”. Assim, os indivíduos adultos mantêm apenas um gânglio nervoso simples, que controla funções básicas, como abrir e fechar os sifões.
A Reprodução dos Urocordados
Os urocordados são mestres na versatilidade. A maioria é hermafrodita, ou seja, tem os dois sexos. Em muitos casos, liberam espermatozoides e óvulos na água; a clássica fecundação externa. As larvas formadas nadam por um tempinho, até se fixarem em alguma superfície e se transformarem em adultos.
Mas também há espécies com fecundação interna e até aquelas que se reproduzem assexuadamente por brotamento, formando colônias. Isso mesmo: alguns urocordados vivem como “condomínios marinhos”, conectados entre si, compartilhando nutrientes e vida.
Os urocordados são o tipo de ser vivo que nos lembra que, na natureza, aparência engana. Por trás de um corpo gelatinoso e imóvel, há uma história evolutiva profunda, um ciclo de vida complexo e uma arquitetura biológica de cair o queixo. Eles são os guardiões silenciosos do oceano, filtrando água, regulando ecossistemas e nos ensinando, com humildade, sobre as origens da nossa própria espécie.
Referências Bibliográficas
UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.