Quem Foram os Primeiros Seres Vivos da Terra?
Por: Isabela T. M. – Última atualização em 08/04/2025

Introdução
Lá atrás, muito antes de dinossauros, mamíferos ou qualquer sinal de olhos curiosos olhando pro céu, a Terra era um mundo silencioso, coberto por oceanos profundos e sem uma única folha verde ou voz que se ouvisse. Mas algo estava prestes a mudar. Em algum canto escuro e morno dos antigos mares primitivos, algo fantástico aconteceu: a vida despertou.
Quais foram os primeiros seres vivos que habitaram a Terra?
Os primeiros seres vivos da Terra eram tão pequenos que caberiam aos bilhões na cabeça de um simples alfinete. Microscópicos, invisíveis a olho nu, mas gigantescos em importância. Foram eles os Procariontes, organismos simples, sem núcleo definido, que iniciaram a vida na Terra. Esses pioneiros da existência pertencem ao grupo das bactérias e das arqueias: duas formas de vida que, embora pareçam iguais aos olhos menos atentos, são bem diferentes por dentro.
As bactérias talvez sejam as mais famosas, por estarem até hoje por toda parte: no solo, na água, no ar e até no nosso corpo. Já as arqueias, mais reservadas, adoram ambientes extremos: lugares ferventes, salgados ou ácidos, onde se parece ser impossível viver.
Lá pelos 3,8 bilhões de anos atrás, esses microrganismos começaram a ocupar as águas da Terra, aproveitando os ingredientes da tal sopa primordial e convertendo energia de formas que só a natureza conseguiria inventar. Algumas delas foram além. Aprenderam a usar a luz do sol como combustível e isso mudou tudo. Estamos falando das cianobactérias, que, com sua fotossíntese primitiva, começaram a liberar oxigênio na atmosfera.

Quem são as Cianobactérias?
As cianobactérias são microrganismos procarióticos presentes nos ecossistemas aquáticos, capazes de consumir CO₂ (gás carbônico) e liberar O₂ (gás oxigênio), por meio do processo de fotossíntese. Esses seres minúsculos viviam agrupados em colônias, formando estruturas chamadas estromatólitos: verdadeiros fósseis vivos, considerados como os registros fósseis mais antigos da Terra e que ainda existem hoje. Eles se organizavam, se multiplicavam, resistiam ao impossível. Viviam sem olhos, sem cérebro, mas com uma capacidade de adaptação incrível. E foi justamente essa resiliência que garantiu a continuidade da vida.
Os primeiros seres vivos da Terra, apesar de sua simplicidade, eram incrivelmente eficientes. Sem eles, não haveria peixes, aves, árvores ou gente. Foram os alicerces de tudo, os primeiros sussurros da existência em um planeta que, até então, só conhecia o silêncio.

O Oxigênio e a Transformação da Vida na Terra
Com o tempo, o oxigênio que as cianobactérias liberavam foi se acumulando na atmosfera. Antes disso, o ar da Terra era tóxico e venenoso, impossível de se respirar. Mas com esse novo elemento (o oxigênio), o planeta passou a ser transformado, de forma a permitir o surgimento de formas de vida mais complexas.
Isso porque com a chegada do oxigênio, os organismos passaram por adaptações que permitiram a queima de nutrientes de um jeito muito mais eficiente, produzindo ATP (energia celular) em quantidades que fariam qualquer anaeróbico morrer de inveja. Além disso, o oxigênio ajudou a criar um escudo protetor para o nosso Planeta: a Camada de Ozônio. Graças a ela, os raios ultravioleta do sol não queimam a superfície terrestre, permitindo que a vida saísse dos oceanos e conquistasse a terra firme. Sem essa proteção, seria impossível que a vida como conhecemos desbravasse a terra firme. Certamente, estaríamos somente nos oceanos ou por debaixo dos solos.
Sem oxigênio, a vida na Terra estaria limitada a organismos unicelulares anaeróbicos, como bactérias primitivas. A eficiência energética proporcionada pelo O₂ foi o alicerce para a evolução de seres multicelulares, sistemas orgânicos sofisticados e ecossistemas diversificados.
Se você gostaria de conhecer melhor as linhagens dos seres multicelulares aqui na Terra, assim como os períodos que a marcaram, conheça nossos artigos:
Referências Bibliográficas
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